segunda-feira, 12 de julho de 2010

Interferência Tecnocrática

Nota-se que os relacionamentos reais perdem espaço para os virtuais a cada dia. O que era para ser um complemento da comunicação das relações interpessoais se tornou um objeto danoso, superficial e fator de ignorância cultural.
Muitas pessoas deixam de tornar uma amizade mais próxima e intrínseca porque não conseguem – ou não querem – abrir mão da cultura de massa. Ficar horas em frente ao computador ou em outros eletroeletrônicos é cada vez mais comum em nossa sociedade, e se uma pessoa não segue os mesmos padrões de comportamento, é passível de “aculturação” coercitiva.
Tomemos como exemplo o famoso e universal Orkut. O que deveria ser um mecanismo interativo e de troca de informações e compartilhamento de idéias, virou um “molde pessoal”. Entregar dados íntimos na web é muito mais legal e na moda, a um desconhecido (porém não menos fútil e irresponsável),do que construir um relacionamento verdadeiro com alguém em quem se possa confiar,passível de alguma relevância para a construção intelectual e moral humana.
Ainda no nosso (querido) Orkut, o que significa aqueles depoimentos sentimentais deixados na página alheia? Colocar um “eu te amo” virtual significa realmente que a pessoa que o recebe é importante e digna de receber tamanho louvor? Alguém que possui mais de mil contatos em sua rede conseguirá encontrar ao menos um com quem compartilhar momentos importantes em sua caminhada de vida?
Essas perguntas deveriam ser feitas - e refletidas – pelos que julgam ter centenas de amigos, pois um espectro ronda o Brasil. O espectro da solidão.

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